terça-feira, 14 de maio de 2013

País para viver: Procura-se!


Ora vamos lá então àquela temática bastante actual: Qual o melhor país para fazer a vida lá fora?


Ao contrário do que à partida pareça, esta dúvida nada tem a ver com a crise que assola o nosso tão querido e amado Portugal. Já desde cedo aspiro em ir para fora e agora mais que nunca começo a ter a certeza. O fim do curso aproxima-se e de algum modo gostaria de começar a preparar essa mudança... 

No entanto, isto de escolher um país para viver tem muito que se lhe diga já que se devem considerar factores não quantificáveis... Nos rankings que costumam fazer, não sei bem em que critérios se baseiam, mas não entram com certeza com a simpatia dos "nativos" assim como a sua aceitação pelos emigrantes. E dentro de um país há muuuita fruta.

Inglaterra, nomeadamente Londres, está na moda. É um facto! Já lá fui e amei a cidade, foi maravilhoso estar junto de ícones que estiveram muito presentes na minha infância/adolescência: o Palácio de Westminster por exemplo foi o meu primeiro puzzle de 1000 peças (e era brilhava no escuro)! A rapaziada da minha bugalha está toda a ir para lá, é impressionante! Ainda hoje descobri mais um! Algo bastante recorrente. No entanto, os relatos menos positivos começam a entrar em uníssono. A impessoalidade das pessoas londrinas, a pressa constante, os preços elevados para os vencimentos que pelos vistos começam a ser cada vez mais baixos, tempo gasto em transportes, migrações diárias centro da cidade/trabalho para a periferia/casa e as reduzidas horas de sol no inverno. Tudo isto tem-me vindo a assustar um pouco. Londres, também por outras razões, já está excluída. No entanto este exemplo tão presente hoje em dia, faz-me sentir necessidade de querer "apalpar" bem o terreno antes de chegar ao "sítio".

Quero VIVER num sítio, não ser sobreviver num! Quero pessoas amáveis à minha volta, quero cultura, quero experiência, quero descontracção, quero viver em segurança e poder sair de casa à vontade sem ter que olhar por cima do ombro, não quero perder tempo em viagens longas para o trabalho todos os dias, quero um sítio onde as minhas reproduções à escala (entenda-se: rebentos) possam andar à vontade, afinal de contas poderá ser um sítio onde as próximas gerações da família continuarão a viver.

Fala-se muito também na Suécia, Finlândia, Noruega, aqueles países nórdicos, mas um professor meu chamou-me à atenção acerca de um pormenor muito interessante. Nesses países vive-se muito bem, as sociedades funcionam como deve ser, as pessoas são responsáveis e rigorosas. Apetecível não?! No entanto, nós vivemos numa sociedade com uma cultura muito diferente, mais descontraída, onde naturalmente cometemos mais erros que nessas sociedades, sendo muito pouco penalizados por isso... Quem for para lá terá que se adaptar naturalmente, "na saúde e na doença"! Contudo... Cometer um erro cá é muito diferente de cometer um erro lá. Contou-me o professor a história dum homem que era juiz e que teve um acidente de carro por estar embriagado, não sei exactamente onde. Após o acidente ele próprio chamou a polícia, sabendo o que lhe poderia (ou ia) acontecer... Se não estou em erro foi preso, perdeu a carta, deixou de poder exercer direito, a mulher separou-se dele... Enfim... Tudo de bom! (Perdoem-me as incorrecções da história mas só quero reforçar um ponto de vista). Com isto quero dizer que há que ter algum cuidado quando se opta por ir para um país destes. Um azar acontece a qualquer um, mas num país desses um típico português tem que ter muita atenção no que faz.

Queria portanto fazer um levantamento da experiência do nosso emigrante lá fora. Categoria de sócio a que me espero juntar um dia.

Têm-me despertado alguma curiosidade Moçambique, Austrália, Macau e Itália. Mas o diamante normalmente não está à vista... (Madeira não é um país, ouviste pessoa específica?)

Diz-me então indivíduo sem rosto... Como te estás a dar, ou já deste, lá por fora? Queres só ganhar uns trocos aí e fazer vida cá por Portugal ou achas que o país onde estás é um bom sítio para assentar? Prós e Contras? O que tens ouvido falar acerca das outras "soluções"? Conselhos e Avisos! Ou sonhos e expectativas caso ainda não tenhas ido ou tenhas optado por ficar. I need some feed-back here! Não me importava de ir visitar tudo antes de escolher mas o meu Pai não deixa e a minha Mãe não quer ;)

Diz-me no que pensas quando ao fim do dia na cama, à luz do candeeiro, fazes um rewind do que têm sido a tua vida por aí. Temos que ser uns para os outros e hoje serás tu para mim. A hora minha está a chegar.

Não estou a fugir de nada, só procuro algo mais... (Se fico cá ainda me vou rir...)

Portugal para mim é a minha zona de conforto. Tenho o apoio da família, tenho um tecto para viver, tenho expectativas de emprego... Lá fora não tenho nada! Mas há lá tanto para ver e descobrir... Só sei que preciso de mudar.



"O mundo detesta mudanças e, no entanto, é a única coisa que traz progresso."
Charles F. Kettering

3 comentários:

  1. País para viver... Aqui estou eu para dar a minha experiência sobre o país em que estou neste momento a viver e onde já estou à 6 meses. A Alemanha...
    Posso falar de tanta coisa que não sei por onde começar... Vou portanto aproveitar o facto de no texto se falar em regras (erros que são muito penalizados).. Posso dizer que se isso é um problema aviso já que a Alemanha tem regras muito restritas em muitos aspectos e é realmente preciso ter a cabecinha no lugar.. Posso dar exemplos: Para quem conduz automóvel aqui tem de ter atenção pois à radares por todo o lado portanto há que respeitar velocidades (se bem que depois as multas andam a volta dos 40 EUR). Como não tenho carro apenas bicicleta posso dizer que se for apanhada sem luz a noite pago 10 EUR de multa, se for apanhada com álcool a conduzir a bike retiram me a carta de carro, ou levo pontos na carta de carro, por isso nem tudo são rosas. No entanto já que o assunto puxou para a bicicleta devo dizer que aqui a vida se faz perfeitamente de bicicleta, é perfeitamente normal as pessoas irem para os trabalhos de bicicleta e eu passei a gostar imenso o ar puro que apanho logo de manha e ao voltar do trabalho, alivia imenso o espírito. Para quem não passa sem carro posso dizer que o combustível tem o mesmo preço que em Portugal, ou até mais barato.
    Mudando de assunto, para quem pensa que os alemães são pessoas frias que nunca sorriem eu não acho nada disso, pelo menos não nesta zona (Aurich Norte da Alemanha perto da Holanda, aqui as pessoas são muito descontraídas, sorriam muito e são simpáticas,além disso falam normalmente inglês logo no problema que a língua representa não senti qualquer dificuldade.
    Esta zona tem espaços verdes por todo o lado, as pessoas adoram animais, têm imensos cães e cavalos etc, e passeiam-nos imenso. Aqui tem-se uma qualidade de vida imensa. Levantam-se muito cedo para ir para o trabalho mas as 16h já ninguém trabalha. Coloco no entanto dois problemas comparando com Portugal: A comida é muito calórica e com muitos molhos (há que cozinhar em casa); O clima não é tão agradável como em Portugal, chove imenso, é muito mais cinzento pois as horas de sol são mais reduzidas, de Inverno as vai-se de noite para o trabalho e volta-se de noite, no entanto agora as 22h ainda é de dia e parece que em breve as 3h da manhã será de dia também.
    A criminalidade é muito baixa, as pessoas sentem-se muito seguras, eu faço um caminho deserto para casa (de imensos campos verdes) à noite de bicicleta sozinha e não tenho qualquer receio.
    Quanto a ordenados posso dizer que poupo imenso por mês vivendo aqui, em Portugal nem um terço conseguiria. O preço da alimentação é o mesmo que em Portugal (eu cozinho todos os dias para levar para o trabalho) e até se encontram produtos mais baratos. Ok tem contras como por exemplo a falta que se sente de bacalhau e em geral o peixe que há é pouco e caro. a água também não é tão boa como a daí e o sabor do arroz também é diferente. Mas claro que já se sabe que temos sempre de nos habituar aos diferentes sabores qualquer que seja o país que se vá.
    Aqui não se tem a família para dar apoio, mas posso dizer que estão cá imensos Portugueses e que fiz amigos espectaculares. Falo todos os dias com a minha família, as viagens para Portugal são muito baratas e no máximo de 3 a 3 meses vou a Portugal. Sou sincera não pretendo regressar a Portugal tão depressa,sinto-me muito bem aqui e pelo menos por enquanto sinto-me feliz. E a minha casa será onde eu a construir. Pode perfeitamente ser aqui.
    Além disso estou a fazer o que gosto, estou a exercer a minha profissão. O que aí em Portugal poderia levar anos até conseguir tendo em conta a falta de emprego a o estado do sector da construção.
    Bem espero que este feed-back ajude. Estou aberta a questões.

    Beijos e abraços
    Krystyana

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  2. Realmente tinha uma ideia completamente diferente da Alemanha Chris... Mas tenho conhecido algumas pessoas que têm ido para aí e o feedback tem sido bastante positivo. Quanto à língua é que nunca gostei muito... É bastante diferente da nossa e se for para fora gostaria de aprender logo de início a língua nativa. Mas olha que fiquei com a pulga atrás da orelha para te ir visitar um dia destes :) E levo o meu VW Carocha que pelos vistos é daí. Beijinhos e Obrigado, foi um texto muito esclarecedor

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  3. Macau...é mais para sobreviver! Vim para Macau por sorteio e não por opção. Gostei da ideia e gostando muito ou gostando pouco já aqui estou há 1 ano.
    Bem, Macau vive do jogo e ganha à custa do dinheiro trazido pelos chineses da China mainland. Aqui não há indústria, seja ela de qualquer tipo. É uma economia que nos últimos anos tem crescido 20% ao ano. Há dinheiro para investir e já investido e há trabalho para toda a gente. Para quem estudou, gosta ou pretende uma carreira em hotelaria, this is the place to be! Mas para estrangeiros há alguns desafios: uma língua completamente diferente e tonal (nem alfabeto tem), uma cultura semi chinesa (para não dizer só chinesa) que às vezes nos faz repensar se estar aqui é viver ou sobreviver, dificuldade de encontrar trabalho para quem não tem ID ou permissão de residência e de trabalho. Eu diria que estes são os dois grandes obstáculos. O resto acabamos por nos habituar e fazer a nossa vidinha. Quanto à perspectiva do copo-meio-cheio, os salários são bons e isentos de impostos, o custo de vida não é muito alto apesar dos supermercados e produtos portugueses serem mais caros, ir comer fora não fica muito caro, os transportes são baratíssimos e estamos no máximo a 4 horas de avião de locais paradisíacos. Claro que na hotelaria, por exemplo, posições não qualificadas os dias de férias rondam os 12 dias por ano. Não dá para grandes aventuras mas há que ser ambicioso por estes lados e traçar objectivos de curto-médio prazo. Eu pessoalmente não me vejo a ficar por aqui muito mais tempo, apesar de achar que aqui há potencial para nós portugueses, falando até ao nível de potencialidade para abertura de negócios próprios. Para quem está a considerar Macau como potencial região para imigrar eu sugiro não virem à aventura mas fazerem antes uma pesquisa de mercado, contactar pessoas e sondar o mercado de trabalho.
    Apesar do meu feedback agridoce espero que ajude em alguma coisa...
    Beijinho,
    LucianaC

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Manda vir para aqui! Insulta este post à vontade! Ai mandas vir com os políticos e com os árbitros na TV e não agora estás-te a fazer de fino(a)?! Coragem!